domingo, 16 de outubro de 2011

Pesquisa mede propriedade que pode trazer avanços na área da computação quântica

Grupo de físicos brasileiros conseguiu realizar experimento pela 1ª vez que possibilitaria o desenvolvimento de máquinas ultravelozes


gência Fapesp

Um grupo de físicos brasileiros mediu experimentalmente, pela primeira vez, uma propriedade que pode ser útil para o desenvolvimento da computação quântica. Os resultados do projeto “Informação quântica e decorrência”, apoiado pela Fapesp por meio do Programa Jovens Pesquisadores em Centros Emergentes, foram publicados em 30 de setembro na Physical Review Letters.

Estudiosos acreditavam que essa grandeza quântica só poderia ser medida em sistemas controlados - Agência Fapesp
Agência Fapesp
Estudiosos acreditavam que essa grandeza quântica só poderia ser medida em sistemas controlados

A fragilidade das propriedades quânticas, que desaparecem em contato com o meio ambiente, em altas temperaturas ou em corpos macroscópicos, representa um dos maiores obstáculos para o desenvolvimento dos desejados computadores quânticos, máquinas ultravelozes que seriam capazes de realizar simultaneamente e, em questão de segundos, operações que os computadores convencionais demorariam bilhões de anos para efetuar.

Em 9 de agosto, o grupo havia publicado na mesma revista um artigo em que descreveram como conseguiram medir a chamada discórdia quântica em temperatura ambiente.

Introduzido em 2001, o conceito de discórdia quântica indica a correlação entre duas entidades, como núcleos, elétrons e fótons, que por meio de um fenômeno denominado emaranhamento, são capazes de trocar informações instantaneamente, mesmo que a enormes distâncias umas das outras.

Até então se acreditava que essa grandeza quântica só poderia ser medida em sistemas muito bem controlados, em baixíssimas temperaturas e isolados do meio ambiente, uma vez que qualquer interferência seria capaz de destruir a ligação (o emaranhamento) entre os objetos quânticos - o que dificultaria a concepção de um computador quântico.

“Entretanto, medimos experimentalmente esse efeito quântico e demonstramos que ele está presentes onde não se esperava e que ele pode ser explorado mesmo em temperatura ambiente, nos quais há muito ruído térmico e as entidades quânticas não estão emaranhadas”, disse Roberto Menezes Serra, professor da Universidade Federal do ABC (UFABC) e coordenador do projeto, à Agência Fapesp.

Para medir a discórdia quântica, os pesquisadores trabalharam com uma molécula de clorofórmio, que possui um átomo de carbono, um de hidrogênio, e três de cloro.

Utilizando técnicas de ressonância magnética nuclear, eles codificaram um bit quântico no spin do núcleo do hidrogênio e outro no de carbono e demonstraram que eles não estavam emaranhados e que era possível medir as correlações entre suas propriedades.

Por intermédio do experimento, desenvolveram, pela primeira vez, um método prático para medir correlações quânticas (a discórdia quântica) em sistemas não controlados. “Isso abre a possibilidade de se utilizar átomos à temperatura ambiente para o desenvolvimento de computadores e aplicações em informação, como a criptografia quântica, gerando códigos a princípio invioláveis”, disse Serra.

No trabalho publicado no novo artigo, os pesquisadores brasileiros mediram outra propriedade, denominada mudança súbita de comportamento da discórdia quântica.

O efeito descreve a alteração de comportamento da discórdia quântica quando o sistema físico em que ela está presente entra em contato com o meio ambiente. Ela pode permanecer constante e insensível ao ruído térmico durante um determinado tempo e, depois, começar a decair, causando uma perda de coerência do sistema (decoerência).

“Conhecer as sutilezas do comportamento dinâmico desse sistema é importante porque, se utilizarmos a discórdia quântica para obter alguma vantagem em algum processo, como de metrologia ou de computação, precisamos saber o quão robusto esse aspecto quântico é em relação a essa perda de coerência para conhecer por quanto tempo o dispositivo pode funcionar bem e quais erros devem ser corrigidos”, explicou Serra.

Referência mundial

Até há alguns anos, os cientistas achavam que o emaranhamento fosse uma propriedade essencial para obtenção de ganhos em um sistema quântico, como a maior velocidade na troca de informações entre entidades quânticas. Recentemente, descobriu-se que essa propriedade não é fundamental, e que a discórdia quântica é que poderia estar associada às vantagens de um sistema quântico.

Em função disso, tanto a discórdia como o emaranhamento passaram a ser reconhecidos como úteis para o processamento de informações por um computador quântico. No entanto, sistemas não emaranhados dotados de discórdia teriam a vantagem de ser mais robustos à ação do meio externo.

“Nosso maior interesse, no momento, é entender de onde vem a vantagem dos computadores quânticos. Se soubermos isso, poderemos construir dispositivos mais eficientes”, disse Serra.

De acordo com o pesquisador, o grupo de físicos brasileiros foi o primeiro a utilizar técnicas de ressonância magnética nuclear para medir a discórdia quântica e se tornou referência mundial na área.

Para realizar as medições, o grupo de pesquisadores da UFABC se associou ao professor Tito José Bonagamba, do Instituto de Física da Universidade de São Paulo (USP), campus de São Carlos, que coordenou os primeiros experimentos por meio do projeto “Manipulação de spins nucleares através de técnicas de ressonância magnética e quadrupolar nuclear”, também realizado com apoio da Fapesp.

Os experimentos mais recentes foram realizados por meio de uma colaboração entre os pesquisadores da UFABC com um grupo de pesquisa do Centro Brasileiro de Pesquisas Físicas (CBPF), no Rio de Janeiro, coordenado pelo professor Ivan Oliveira.

“Nesse momento, estamos desenvolvendo no CBPF métodos para tratar com sistemas de três e quatro bitsquânticos que, associados às técnicas que desenvolvemos para medir a discórdia quântica e outras propriedade, permitirão testarmos outros protocolos em ciência da informação quântica como, por exemplo, de criptografia quântica”, contou Serra.

Os

Pesquisa mede propriedade que pode trazer avanços na área da computação quântica

Grupo de físicos brasileiros conseguiu realizar experimento pela 1ª vez que possibilitaria o desenvolvimento de máquinas ultravelozes


Agência Fapesp

Um grupo de físicos brasileiros mediu experimentalmente, pela primeira vez, uma propriedade que pode ser útil para o desenvolvimento da computação quântica. Os resultados do projeto “Informação quântica e decorrência”, apoiado pela Fapesp por meio do Programa Jovens Pesquisadores em Centros Emergentes, foram publicados em 30 de setembro na Physical Review Letters.

Estudiosos acreditavam que essa grandeza quântica só poderia ser medida em sistemas controlados - Agência Fapesp
Agência Fapesp
Estudiosos acreditavam que essa grandeza quântica só poderia ser medida em sistemas controlados

A fragilidade das propriedades quânticas, que desaparecem em contato com o meio ambiente, em altas temperaturas ou em corpos macroscópicos, representa um dos maiores obstáculos para o desenvolvimento dos desejados computadores quânticos, máquinas ultravelozes que seriam capazes de realizar simultaneamente e, em questão de segundos, operações que os computadores convencionais demorariam bilhões de anos para efetuar.

Em 9 de agosto, o grupo havia publicado na mesma revista um artigo em que descreveram como conseguiram medir a chamada discórdia quântica em temperatura ambiente.

Introduzido em 2001, o conceito de discórdia quântica indica a correlação entre duas entidades, como núcleos, elétrons e fótons, que por meio de um fenômeno denominado emaranhamento, são capazes de trocar informações instantaneamente, mesmo que a enormes distâncias umas das outras.

Até então se acreditava que essa grandeza quântica só poderia ser medida em sistemas muito bem controlados, em baixíssimas temperaturas e isolados do meio ambiente, uma vez que qualquer interferência seria capaz de destruir a ligação (o emaranhamento) entre os objetos quânticos - o que dificultaria a concepção de um computador quântico.

“Entretanto, medimos experimentalmente esse efeito quântico e demonstramos que ele está presentes onde não se esperava e que ele pode ser explorado mesmo em temperatura ambiente, nos quais há muito ruído térmico e as entidades quânticas não estão emaranhadas”, disse Roberto Menezes Serra, professor da Universidade Federal do ABC (UFABC) e coordenador do projeto, à Agência Fapesp.

Para medir a discórdia quântica, os pesquisadores trabalharam com uma molécula de clorofórmio, que possui um átomo de carbono, um de hidrogênio, e três de cloro.

Utilizando técnicas de ressonância magnética nuclear, eles codificaram um bit quântico no spin do núcleo do hidrogênio e outro no de carbono e demonstraram que eles não estavam emaranhados e que era possível medir as correlações entre suas propriedades.

Por intermédio do experimento, desenvolveram, pela primeira vez, um método prático para medir correlações quânticas (a discórdia quântica) em sistemas não controlados. “Isso abre a possibilidade de se utilizar átomos à temperatura ambiente para o desenvolvimento de computadores e aplicações em informação, como a criptografia quântica, gerando códigos a princípio invioláveis”, disse Serra.

No trabalho publicado no novo artigo, os pesquisadores brasileiros mediram outra propriedade, denominada mudança súbita de comportamento da discórdia quântica.

O efeito descreve a alteração de comportamento da discórdia quântica quando o sistema físico em que ela está presente entra em contato com o meio ambiente. Ela pode permanecer constante e insensível ao ruído térmico durante um determinado tempo e, depois, começar a decair, causando uma perda de coerência do sistema (decoerência).

“Conhecer as sutilezas do comportamento dinâmico desse sistema é importante porque, se utilizarmos a discórdia quântica para obter alguma vantagem em algum processo, como de metrologia ou de computação, precisamos saber o quão robusto esse aspecto quântico é em relação a essa perda de coerência para conhecer por quanto tempo o dispositivo pode funcionar bem e quais erros devem ser corrigidos”, explicou Serra.

Referência mundial

Até há alguns anos, os cientistas achavam que o emaranhamento fosse uma propriedade essencial para obtenção de ganhos em um sistema quântico, como a maior velocidade na troca de informações entre entidades quânticas. Recentemente, descobriu-se que essa propriedade não é fundamental, e que a discórdia quântica é que poderia estar associada às vantagens de um sistema quântico.

Em função disso, tanto a discórdia como o emaranhamento passaram a ser reconhecidos como úteis para o processamento de informações por um computador quântico. No entanto, sistemas não emaranhados dotados de discórdia teriam a vantagem de ser mais robustos à ação do meio externo.

“Nosso maior interesse, no momento, é entender de onde vem a vantagem dos computadores quânticos. Se soubermos isso, poderemos construir dispositivos mais eficientes”, disse Serra.

De acordo com o pesquisador, o grupo de físicos brasileiros foi o primeiro a utilizar técnicas de ressonância magnética nuclear para medir a discórdia quântica e se tornou referência mundial na área.

Para realizar as medições, o grupo de pesquisadores da UFABC se associou ao professor Tito José Bonagamba, do Instituto de Física da Universidade de São Paulo (USP), campus de São Carlos, que coordenou os primeiros experimentos por meio do projeto “Manipulação de spins nucleares através de técnicas de ressonância magnética e quadrupolar nuclear”, também realizado com apoio da Fapesp.

Os experimentos mais recentes foram realizados por meio de uma colaboração entre os pesquisadores da UFABC com um grupo de pesquisa do Centro Brasileiro de Pesquisas Físicas (CBPF), no Rio de Janeiro, coordenado pelo professor Ivan Oliveira.

“Nesse momento, estamos desenvolvendo no CBPF métodos para tratar com sistemas de três e quatro bitsquânticos que, associados às técnicas que desenvolvemos para medir a discórdia quântica e outras propriedade, permitirão testarmos outros protocolos em ciência da informação quântica como, por exemplo, de criptografia quântica”, contou Serra.

El País' diz que 'hora da verdade' para Dilma chegará após auditoria da Copa e das Olimpíadas

Jornal espanhol publica uma análise de 10 meses de governo Dilma

16 de outubro de 2011 | 17h 35


O jornal espanhol 'El País' traz neste domingo, 16, uma reportagem com o balanço dos 10 meses do governo Dilma e diz que a hora da verdade vai chegar com as auditorias das contas das Olimpíadas e da Copa do Mundo no Brasil. Referindo-se à ela como superpresidenta, a publicação cita a demissão dos ministros envolvidos em casos de corrupção e a luta travada por Dilma pela reforma administrativa do País.

Veja também:
link Jornal britânico apoia postura de Dilma contra corrupção
link Presidente tenta secar o pântano de Brasília, diz 'Economist'
link 'The Guardian' põe Dilma em lista de cem mulheres mais inspiradoras
link Dilma, uma “Dama de Ferro” e sobrevivente, diz Le Monde

Segundo o 'El País', a princípio Dilma era uma incógnita e estava muito associada à imagem de seu antecessor, o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva. Pouco sentimental e nada sorridente, segundo o El País, Dilma parecia uma gestora que precisaria de ajuda para permanecer no poder.

A reportagem destaca ainda que, passados os 10 meses de governo, Dilma teria conseguido o que parecia impossível: sem mudar seu estilo, sério e nada complacente, Dilma conseguiu 71% de popularidade e não há dúvidas que agora quem manda é ela.

Além de citar os casos de corrupção envolvendo ministros de sua gestão, o jornal diz que a presidente se aproximou dos Estados Unidos, mudou a política sobre o Irã e paralisou a compra dos caças para a modernização da Força Aérea Brasileira, um projeto de Lula.

O estilo independente de Dilma governar recebeu apoio até mesmo da oposição, segundo o 'El País'. Apesar de a derrota de José Serra para Dilma, o que descompôs a oposição como um todo, o jornal destaca a aproximação, mesmo que discreta, de Dilma como o ex-presidente Fernando Henrique Cardoso.

Grande astro da natação brasileira, Cesar Cielo confirmou o favoritismo e ganhou a medalha de ouro na sua primeira prova nos Jogos Pan-Americanos de G


Pan 2011

Edição de Guadalajara

Grande astro da natação brasileira, Cesar Cielo confirmou o favoritismo e ganhou a medalha de ouro na sua primeira prova nos Jogos Pan-Americanos de Guadalajara. Até com certa tranquilidade, ele venceu a final dos 100 metros livre, na noite deste domingo, 16, no Centro Aquático Scotiabank, ao cravar o tempo de 47s84 - com isso, bateu o recorde do Pan, que já era dele (48s79).

Cielo repetiu o título dos 100 metros livre conquistado na última edição do Pan, no Rio - Jonne Roriz/AE
Jonne Roriz/AE
Cielo repetiu o título dos 100 metros livre conquistado na última edição do Pan, no Rio

"Estou morto, o finalzinho da prova durou bastante", admitiu Cesar Cielo, em entrevista à TV Record, logo depois de deixar a piscina. Apesar do cansaço e das dificuldades de nadar na altitude - Guadalajara fica a 1.500 metros acima do nível do mar -, ele bateu com tranquilidade Hanser Garcia (Cuba), prata com 48s34, e Shaune Fraser (Ilhas Cayman), bronze com 48s63.

Assim, Cesar Cielo repetiu o título dos 100 metros livre conquistado na última edição do Pan, há quatro anos, no Rio. E mostrou sua força na prova em que é recordista mundial (46s91), além de ser medalhista olímpico e mundial. Em Guadalajara, ele ainda busca ganhar mais três medalhas de ouro, nos 50 metros livre e nos revezamentos 4x100 metros livre e 4x100 metros medley.

Um pouco antes da vitória de Cesar Cielo, o Brasil esteve perto de conquistar mais uma medalha na piscina do Centro Aquático Scotiabank. Mas Fabíola Molina terminou em quarto lugar na final dos 100 metros costas, com o tempo de 1min02s04 - a medalha de ouro na prova foi para a norte-americana Rachel Bootsma, com 1min00s37. "Fiz o máximo que eu pude", lamentou a brasileira.